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Super Mario Bros: O Filme é um deleite para os fãs | Crítica

  • André Keusseyan
  • 14 de abr. de 2023
  • 4 min de leitura

Atualizado: 25 de jan.

Filme baseado no personagem da Nintendo diverte com uma trama simples feita com muito coração.




Mario, Princesa Peach e Toad olham para o Reino Cogumelo

Lançado em 1993, o filme Super Mario Bros, baseado jogo de sucesso da Nintendo, foi a primeira tentativa de adaptar um videogame para o cinema. Apesar da aposta forte do estúdio, essa versão em live action do encanador italiano, foi um completo desastre. O filme pouco tinha a ver com o jogo, optando por uma atmosfera mais realista, sombria e apocalíptica, diferente do colorido e humorado game. A produção deu início a famosa “maldição das adaptações de videogames”, e desde então o personagem foi deixado de lado por Hollywood. Hoje, 30 anos depois, muita coisa mudou. As recentes produções baseadas em videogame botaram fim na maldição e o cenário se mostrava favorável para um retorno de Mario aos cinemas.


Super Mario Bros: O Filme acerta ao capturar a essência do videogame. A animação da Nintendo em parceria com a Illumination, estúdio de animação responsável pela franquia de sucesso Meu Malvado Favorito, joga no seguro com uma história que coloca o protagonista para trilhar a famosa “Jornada do Herói”, mas a atenção aos detalhes e o cuidado colocado em cada elemento do filme aquece o coração dos fãs.


A história começa quando os irmãos Mario (Chris Pratt) e Luigi (Charlie Day), uma dupla de encanadores do bairro do Brooklyn, são sugados por um cano verde, durante um serviço, e levados para um universo mágico ameaçado pelo poderoso Bowser (Jack Black), que conseguiu um artefato capaz de lhe permitir conquistar o mundo. Assim, os dois irmãos unem forças com a Princesa Peach (Anya Taylor-Joy) para derrotar o vilão e voltar para casa.


A decisão da Nintendo de fazer o filme como uma animação e não um novo live action, se mostrou acertada, pois permitiu que toda a estética fantástica e já consagrada dos jogos fosse transportada para a tela grande de forma belíssima. Aprimorando as técnicas já demonstradas em projetos passados, a equipe de animação da Illumination conseguiu dar realismo ao filme, sem perder a estética cartunesca que torna a franquia tão querida para seus fãs. O resultado torna palpável cada um dos cenários e criaturas apresentadas, do Reino Cogumelo com seus adoráveis habitantes, passando pelo reino de Donkey Kong (Seth Rogen), até a fortaleza voadora de Bowser com os famosos Koopas.


O roteiro de Matthew Fogel (Minions 2: A Origem de Gru) se move de forma ágil, e sua estrutura, lembrando as fases do game, consegue transmitir para o espectador a sensação de se estar jogando o jogo. Uma das diversões do filme é descobrir junto de Mario como funciona cada um dos elementos do mundo e vê-lo tentar e falhar até conseguir superar um obstáculo, exatamente como se controlássemos cada um de seus movimentos. O filme empolga justamente ao costurar sua narrativa com elementos que fazem parte dos 40 anos de história de Mario, como a roupa de guaxinim que permite o personagem voar, ou o fato de Luigi acabar caindo em uma mansão mal-assombrada. Mas o momento mais empolgante com certeza é a sequência dos Karts. Os diretores Aaron Horvath e Michael Jelenic (Jovens Titãs em Ação) aproveitam a animação estonteante para criar uma corrida pela Rainbow Road eletrizante, como se fosse um “Mad Max para crianças”.


Mario e seus amigos se aventuram com Karts pela Rainbow Road

Quanto aos personagens, apesar de possuírem pouca profundidade, o filme sabe fazer uso da personalidade de cada um e da dinâmica entre eles, com destaque para a relação de Mario com Donkey Kong, para torna-los carismáticos. Vale destacar aqui a princesa Peach, que deixa de ser apenas a donzela em perigo para ganhar mais importância na trama, se tornando uma personagem forte e destemida, que serve como uma guia para Mario durante o desbravamento deste mundo deslumbrante, e Bowser cujo motivo por trás de seus planos de dominação é tão inusitado que o vilão acaba por cair nas graças do público, mas claro, sem perder sua maldade.


O elenco do filme é formado por nomes de peso como Chris Pratt (Guardiões da Galáxia), Anya Taylor-Joy (O Gambito da Rainha) e Jack Black (Kung fu Panda), mas é preciso destacar o excelente trabalho da equipe de dublagem brasileira. Composta por Raphael Rossatto, Manolo Rey, Carina Eiras, Márcio Dondi entre muitos outros, a versão nacional do filme consegue ser até melhor que a versão original. Um trabalho que é reconhecido até mesmo fora do país.


Uma história simples, mas feita com muito coração. Durante sua uma hora e meia repleta de ação e comédia, Super Mario Bros: O Filme mantém a recente escrita das adaptações de videogames focando em emular a sensação de estar jogando e não em reproduzir o gameplay em si. Mesmo sendo uma produção voltada para o público infantil, o filme conquista os adultos com uma representação genuína de tudo aquilo que tornou a franquia tão querida para gerações que cresceram com as aventuras do encanador de luvas brancas que interage com cogumelos falantes e enfrenta soldados-tartaruga.


Cumprindo seu propósito, o de divertir, Super Mario Bros deixa a porta aberta para uma continuação, e, com todo o sucesso do filme, quem sabe a porta não está aberta para que mais filmes baseados nas produções da Nintendo sejam realizados com a mesma paixão.


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